12/06/2013

Texto crítico sobre o documentário A INVENÇÃO DA INFÂNCIA




Este documentário, chocante, revela por meio de diversos depoimentos o contraste existente em diferentes situações sociais em nosso país sobre o conceito de infância, principalmente abordada na perspectiva da criança e o adulto... Algumas crianças se demonstram ainda serem “adultos em miniatura”, na qual assumem suas responsabilidades, como foi na era medieval, outras são crianças, mas com preocupações de adultos, preocupadas com o futuro e o mercado de trabalho.
Os teóricos abordam a ideia de infância, criada em um determinado período histórico da modernidade, como uma época tranquila, de proteção, da importância afetiva, de livre expressão, de descobertas, investigação e exploração, mas este filme revela que ainda há muito a se fazer, que a realidade atual ainda não esta dentro deste contexto. Nos depoimentos das crianças que trabalham na pedreira vemos olhos tristes e cansados, tristes por não ter tempo, não poderem ser crianças, devem trabalhar e estudar, e nas poucas horas vagas talvez brincar, mas já tem responsabilidades assumidas, consigo e com a família de “levar o pão para casa, dinheiro para fazer a feira”; Já nas crianças com maior poder aquisitivo vemos o mesmo olhar triste e uma carga intensa de afazeres, mas por se preocupar com o futuro: ”se eu não estudar muito, não me preparar e aprender inglês no futuro eu não terei um bom trabalho, como meu pai...”, em ambas as situações percebe-se a falta e necessidade da criança simplesmente têm de serem crianças, e eu me pergunto: Será que ninguém vê? Porque ainda permitem? Onde estão as brincadeiras? As descobertas? A infância de fato, cadê?
Hoje, no Brasil, temos legislações claras e especificas que garantem e determinam os reais direitos e deveres da infância, que definem como devemos preservar e cuidar de nossas crianças, tais como a LDB e o ECA, que ainda não são exercidos na prática, seja pela indiferença, exclusão social, pela exploração de seu trabalho, ou pela exposição as preocupações e deveres da vida de adultos.
A frase abordada no final do filme transcreve bem a realidade atual de nossas crianças: “Ser criança não significa ter infância”, parece-me que o ideal de infância ainda é muito utópica para a realidade da sociedade brasileira, seja por falta de acesso ao conhecimento, seja por falta de tempo ou simplesmente pela desconsideração política ou familiar que se tem por nossas pequenas sementes, sim, sementes, talvez quando todas as pessoas se derem conta que “as crianças são as sementes do futuro” que plantamos para o amanhã, para um algo melhor, que estamos formando e criando nossos médicos, músicos, escritores, cientistas, engenheiros, artistas, diretores, professores, mestres e doutores na sociedade, aí sim acredito que pensem e valorizem a infância como a mesma deve ser valorizada!

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