12/06/2013

A importância do ensino de ARTES


A sociedade brasileira tem enfrentado um grande declínio educacional, fato notório e que tem sido constantemente discutido sob as mais variadas formas no âmbito social.

Procurando solucionar as questões que esta temática apresenta, observa-se a necessidade de estimulo no quesito do currículo artístico aplicado nas escolas, porquanto o assunto tem sido negligenciado em grande parte das instituições educacionais, sendo viável, para esse fim, que se dê ênfase na prática da arte-educação na educação.

Tal processo implica em levar o aluno à aprendizagem, explorando as múltiplas linguagens artísticas, pois cada uma dessas linguagens, dentro de sua singularidade, agregará no desenvolvimento do aluno como um ser integral. Entretanto, para que haja o êxito, é fundamental que a prática destas linguagens se inicie na mais tenra idade.

Na Educação Infantil, deve ser possibilitado que as crianças se expressem na comunicação de idéias, sensações, sentimentos e manifestações culturais, que explorem as possibilidades de movimentos e ritmos (Fernandez, Alicia), proporcionando o conhecimento próprio e do outro, dos objetos e brinquedos, e com sua cultura (Santoro, Marcos), trabalhar a construção do pensamento, do imaginário, e da representação ou teatralização (Edda Bomtempo).

Nesse sentido, relevantes também são os ensinamentos de Maria Cecília Moraes Dias, que aponta que “É preciso exercitar o jogo simbólico e as linguagens não-verbais, para que a própria linguagem verbal, socializada e ideologizada, possa transformar-se em verdadeiro instrumento de pensamento”. Luiz Carlos Garrocho, por sua vez, aponta a importância dos aspectos teatrais no processo de aprendizagem, destacando que “a criança não faz teatro... a criança brinca.”.

Entre os componentes de uma linguagem artística, também temos a dança, que trata de um processo empírico, que abre caminhos a numerosos achados, muitos ganhos em matéria de coesão e harmonia (apostila - Blot, G e B. “A Dança”). Paulo Freire, ainda, deixa muito claro a importância da musica para a criança, pois ele afirma que a linguagem musical deve estar presente na infância para estabelecer o processo de relação com o outro, com o lúdico, com o imaginário, para desenvolver a coordenação viso-motor, a imitação, atenção e memorização, percepção, inteligência, organização espacial, ritmo e expressão corporal.

Em experiência vivenciada com os alunos de 2 e 3 anos, na qual a escola estabeleceu um projeto para o professor trabalhar com a música, cada professor ficou responsável por elaborar seu planejamento e incluí-lo em seu semanário, o que foi feito nos termos que seguem: Título: Meu pé; Objetivo: desenvolver a linguagem artística, o movimento e a musicalização; Justificativa: RCNEI, Piaget e Paulo Freire; Conteúdo: socialização com o outro, desenvolver a consciência corporal, a capacidade de saltar num pé só, girar e equilibrar-se, estimular a combinação de regras e promover o conhecimento cultural por meio do movimento; Estratégias: trabalhamos com um poema cantado na região sul do Brasil, onde a cada aula após a leitura do poema trabalhamos com o conhecimento e importância do pé, depois cantamos o poema e, junto com as crianças, montamos “passinhos” ou a teatralização do poema para a apresentação aos pais finalizando o projeto.
Desta forma, percebe-se, diante dos conceitos teóricos apresentados, bem como através de experiências vivenciadas em sala de aula, que é de extrema importância que se trabalhe as artes, abordando suas múltiplas linguagens a fim de enriquecer o currículo escolar e, assim, contribuir para a formação integral do educando.

Finalizando, segue um pequeno poema a fim de inspirar o leitor a valorizar a prática artística na educação, refletindo, por conseqüência, sobre a importância do assunto.

Uma artista em minha vida

Antes de nascer eu já era uma artista,
quando na barriga eu estava
eu me mexia e tudo já escutava.

No nascimento o meu primeiro canto foi protagonista,
pequenina muito aprontava,
desenhava, pintava, cantava e até bordava.

Então cresci, e quando moça decidi ser tecladista,
mas o pouco tempo me atrapalhava,
então desisti do que me apaixonava.

Hoje, adulta, e menos egoísta,
valorizo a importância perdida e fico brava,
por não ter aprendido a ser artista quando na escola ainda estava!

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